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Vamos falar de adoçantes?

Da série: PRECISAMOS APRENDER O QUE ESTAMOS INGERINDO

É sabido que o açúcar é um vilão para nós diabéticos – sim, nós podemos e devemos até comer açúcar (em hipos), mas temos que ter consciência de que mesmo fazendo a contagem, o açúcar causa um pico de glicemia no sangue e que nossa melhor opção ainda é o adoçante. Mas como tudo na vida, precisamos saber usar os adoçantes com equilíbrio, pois nada em excesso faz bem.

Ok, vou usar adoçantes, mas eles não fazem mal a saúde?

Vamos analisar um a um e tirarmos nossas conclusões.

O que são adoçantes dietéticos ou edulcorantes? São substâncias com sabor extremamente doces, não necessariamente energéticas, com poder de adoçar muito superior ao da sacarose (açúcar).

Os edulcorantes se dividem em 2 grupos: os calóricos e os não calóricos.

EDULCORANTES NÃO CALÓRICOS

Sacarina

Adoçante mais antigo do mundo, extraído de um derivado de petróleo, adoça 500 vezes mais que o açúcar, em altas concentrações deixa sabor residual amargo e não é metabolizado pelo organismo. Estável em altas temperaturas. Gestantes e lactantes com hipertensão devem evitar a sacarina. Diabéticos com complicações renais ou cardiovasculares, devem evitar o consumo em razão do sódio na composição. A IDA para a sacarina é de 5 mg/kg de peso corporal por dia para crianças e adultos. Isto significa que uma pessoa de 60 kg (132 libras) pode consumir com segurança 3g de sacarina todos os dias durante toda a vida, sem qualquer efeito adverso para a saúde.

Quantidades nos produtos: 250ml de Coca-Cola Zero contém 35 mg (0,35g).

Ciclamato

Também composto de um derivado de petróleo, tem o menor poder adoçante, de 20 a 50 vezes mais doce que o açúcar, possui sabor agradável. Não é metabolizado pelo corpo, nem perde a doçura quando levado a altas temperaturas e meios ácidos. Diabéticos com complicações renais ou cardiovasculares devem evitar o consumo em razão do sódio na composição. foi estabelecida a IDA de 11 mg/kg p.c. Isso significa que uma criança de 30 kg poderia consumir diariamente no máximo 3,3g de ciclamatos e um adulto de 60 kg poderia ingerir até 6,6g.

Acessulfame de potássio (K)

É um sal de potássio que Possui um sabor doce limpo e rapidamente perceptível, com excelente estabilidade em altas temperaturas e boa solubilidade. Adoça 180 a 200 vezes mais que o açúcar porém em grandes doses deixa sabor residual amargo. Não é metabolizado pelo organismo, 99% é eliminado pela urina 24h depois de ter sido ingerido. Diabéticos com complicações renais devem restringir o uso, por conta da quantidade de potássio presente. A IDA corresponde a 15/kg de peso corpóreo, isso quer dizer que uma pessoa de 60 kg pode consumir 9g do ingrediente por dia.

É bastante comum em adoçantes de mesa, refrigerantes, sobremesas diet prontas, misturas para pão/bolo/pudim diet; geralmente é encontrado combinado a ciclamato, sacarina ou aspartame. Também é usado em produtos farmacêuticos e de higiene bucal.

Quantidades nos produtos: 250ml de Coca-Cola Zero contém 55 mg (0,55g).

Steviosídeo

Edulcorante natural, extraído da planta Stevia Rebaudiana, adoça 300 vezes mais que o açúcar. Estável em diferentes temperaturas, pode ser usado por gestantes. A IDA 5,5mg/kg de peso corpóreo, isso significa que uma criança de 30kg pode ingerir 1,65g do estévia por dia, e um adulto de 60kg até 3,3g. Contudo, o consumo de estévia altamente refinada pode estar associada a alterações no sistema gastrintestinal como náuseas, sensação de plenitude gástrica e inchaço.

Sucralose

Edulcorante sintético, adoça 600 vezes mais que o açúcar, também eliminado pela urina cerca de 24h depois do consumo. Estável a altas e baixas temperaturas e a longos períodos de armazenamento. Pode ser utilizado por todas as pessoas, incluindo crianças e gestantes. A IDA é de 15mg/kg de peso corpóreo ou seja, uma criança de 30kg pode consumir 4,5g de sucralose por dia, e um adulto de 60kg pode ingerir 9g por dia.

Até um estudo divulgado pela UNICAMP em abril deste ano, a sucralose era uma das melhores opções; porém, o estudo mostrou que em altas temperaturas, ela pode se tornar tóxica, pesquisas mais profundas estão sendo feitas para termos maiores conclusões.

Aspartame

O aspartame é composto de ácido aspártico, fenilalanina, dois aminoácidos naturalmente encontrado nos alimentos. É o adoçante mais polêmico no mercado, e já se tem conhecimento de 92 efeitos colaterais associados ao seu consumo. Adoça 120 a 200 vezes mais que o açúcar. Sensível ao calor, perde o poder de adoçar quando levado a altas temperaturas. É contraindicado para portadores de fenilcetonúria (doença genética rara, onde o organismo é incapaz de metabolizar fenilalanina). A IDA é de 40mg/kg de peso corpóreo. Estudos apontam o aspartame como causador de enxaquecas, portanto quem sofre com essas terríveis dores, deve evitá-lo.

Adoçantes

EDULCORANTES CALÓRICOS

Sorbitol

Um poliol (álcool de açúcar), é um adoçante volumoso encontrado em vários produtos alimentícios. Além de fornecer doçura, é excelente umectante e agente de texturização. Tem o poder de adoçar de 50-70% comparado ao açúcar, mas com um terço menos de calorias. Ao ser absorvido se transforma em frutose no organismo, a frutose é transformada em glicose no fígado, mas como o processo é bem lento, não altera significativamente a glicemia. Não provoca cáries e resiste a altas temperaturas. A OMS não estabeleceu um limite para a IDA do sorbitol e doses entre 10-70mg/dia produzem efeito diurético e laxativo. Em combinação com outros adoçantes (sorbitol, acessulfame-K, aspartame, ciclamato sacarina ou esteovídeo) é usado na fabricação de biscoitos, chocolates, goma de mascar e refrigerantes.

Manitol

Extraído de vegetais e algas marinhas, tem valor calórico igual ao açúcar, mas adoça 45% menos se comparado ao açúcar. Não produz fermentação no organismo, mas em excesso, tem efeito laxativo. Quando absorvido pelo organismo, é parcialmente convertido em glicose, porém não causa hiperglicemia. A ingestão diária sugerida é de 50 a 150mg/kg de peso corpóreo.

Xilitol: um álcool de açúcar obtido da hidrogenação da xilose (tipo de açúcar), tem 2,9kcal/g, tem sabor adoçante bem semelhante ao açúcar. Previne a cárie e a OMS não estabeleceu uma IDA. Deve-se observar a dose diária de 60 gramas e em porções espaçadas, pois o excesso pode resultar em um efeito laxativo.

Lactose

Açúcar do leite, possui 4kcal/g e precisa de insulina para ser metabolizado no organismo. Adoça 20% mais que o açúcar.

Frutose

Açúcar das frutas e mel, tem 4kcal/g, adoça 170 vezes mais que o açúcar, pode ser levado a altas temperaturas, entretanto esse edulcorante pode provocar cáries e o excesso de consumo dele pode causar aumento de triglicerídeos.

Maltodextrina

Extraída do milho, adoça 50% mais que o açúcar, possui 4kcal/g e necessita de insulina para ser metabolizado. A maltodextrina quando consumida, é rapidamente transformada em glicose e altera a glicemia, não sendo uma boa opção para diabéticos.

É encontrado em produtos como o Achocolatado Diet GOLD.

Considerações

É sempre bom variar nos adoçantes, optando sempre por aqueles mais saudáveis, ou naturais, como a Stévia ou Sucralose, evitando utilizar um só, para prevenir seus possíveis efeitos deletérios.

No caso de diabéticos que tenham complicações renais ou cardiovasculares, devem optar sempre por aqueles livres de sódio, ou seja, evitar sacarina, acessulfame e ciclamato de sódio.

Alguns estudos orientam que, para as gestantes, o melhor é não usar adoçantes pelo menos no primeiro trimestre gestacional, fase de embriogênese. A recomendação é em razão a falta de consenso quanto aos efeitos dos adoçantes sobre o feto.

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