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Saindo da Zona de Conforto


Aquela glicada de 14,1% em agosto de 2012 foi quando iniciei minha convivência com a diabetes. Com o tratamento passado pela minha Endócrino na época, em que seguia uma dieta rígida, media a glicose 10x ao dia e anotava até o chiclete que eu mascava, a glicada baixou para 6,6% em menos de 2 meses. Aí eu pensei, ufa, vai ser fácil manter isso, já consegui mudar minha rotina, adaptar meus horários, mudar minha alimentação, agora só vai. Não, a vida não é um morango! Quando você menos espera, ela te dá uma rasteira daquelas, e é quando você precisa levantar, sacudir a poeira para começar tudo de novo. Diabetes é uma doença que necessita de ajustes constantes, é uma doença que precisa de manutenção e é uma doença que é completamente afetada pelo meio externo (se você permitir).

Esse simples número representa as minhas escolhas, e quando analiso esse histórico, sei direitinho o que eu estava passando em tal época para resultar em tal número. Como eu consegui chegar ao tão sonhado 6,1%? Estabeleci metas, fiz planejamentos, revi minhas prioridades e o mais importante: SAÍ DA ZONA DE CONFORTO.

Eu queria melhorar, queria muito. Então fui atrás de mais informações, de mais pessoas que passavam pelas mesmas coisas que eu. O acompanhamento com a nutri veio em junho de 2015, ali já vi uma melhora, mas tudo estagnou e a glicada voltou a subir. Como assim, eu estava fazendo tudo certo e essa maldita voltou a subir? O tratamento da diabetes depende de uma equipe, só eu fazendo meu trabalho não dá, não somos autossuficientes; assim como não adianta toda equipe fazer sua parte e eu não. A equipe tá ali pra me dar suporte, torcer, montar as estratégias, porém, quem corre até a linha de chegada sou eu, NINGUÉM VAI FAZER ISSO POR MIM. Mas se eu estava fazendo minha parte, minha estratégia alimentar está boa, quem da equipe não está sendo suficiente??

Com essa simples análise, vi que meu tratamento estava completamente bagunçado e que minha endocrinologista estava muito desatualizada; resisti até o último momento para procurar um novo médico (afinal, estava com a mesma desde o diagnóstico). Em fevereiro, procurei um novo suporte médico, e com ele, veio um novo tratamento (50/50) e a tão sonhada contagem, que eu já sabia de cor e salteado, mas eu mesma não fazia porque não tinha apoio para isso.

Então faz 1 ano que você está em busca de um glicada menor que 7%? Credo Dani, 1 ano? Não cansou não?

É cansativo levar marmita todo dia pro escritório? Sim. É cansativo ir na academia todos os dias? Sim. É cansativo ter que colocar despertador aos domingos só para aplicar a insulina basal no mesmo horário de sempre? Sim. É cansativo contabilizar quantos copos de água eu já tomei no dia? Sim. É cansativo ver minha comida esfriando enquanto eu calculo os carboidratos e aplico a insulina? Sim. É cansativo explicar o que é diabetes, mostrar como sou normal, que posso fazer de tudo e comer de tudo como qualquer outra pessoa? Sim.

Isso se chama VIDA e todo esse trabalho cansativo eu considero INVESTIMENTO no meu futuro. O tempo que eu invisto agora será o tempo que não perderei em internações hospitalares mais adiante.

Hoje, ao abrir o resultado dos meus novos exames, lágrimas de alegria caíram dos meus olhos; e minha equipe de hoje está de parabéns! Então quero parabenizar aqui minha família, meu amigos, meu maravilhoso enorme grupo da Academia dos Novos Diabéticos, minha fantásticaNutricionista Bárbara Riboldi e meu Endócrino que me deu o aval para fazer tudo que eu sugeri de mudanças no tratamento.

E sim, quero parabenizar a mim mesma; cheguei à tão esperada linha de chegada, mas esse foi apenas um percurso, tenho uma longa maratona cheia de buracos pela frente! Afinal, todos nós temos fases boas e fases ruins na grande corrida da vida. A diferença é como vamos lidar com essas fases ruins, se é se acomodando ou buscando novas estratégias para evoluir.

GLICADA 6,1%!! Chooooora diabetes!

Pra quem acha que falei grego, entenda o que é a Glicada.

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