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Diabetes e autoestima

Por muito tempo eu tive preconceito em usar bomba de insulina, eu achava a coisa mais estranha ter um negócio acoplado no meu corpo; não sei se foi o amadurecimento da idade, os ensinamentos da vida, os anos de diabetes, o uso do Libre, ou simplesmente minha autoestima que mudou. Hoje, ao colocar minha roupa para ir para a academia, me olhei no espelho e, pela primeira vez, não estranhei um cateter grudado na minha pele. Por muito tempo eu tive vergonha do meu corpo, vergonha das minhas marcas e vergonha da diabetes; entre meus amigos, sempre falei bastante sobre isso e nunca escondi nada deles, porém, muito eu escondi a diabetes de caras que me relacionei, saía para jantar e não aplicava insulina, muito menos media a glicemia, porque tinha receio, não por achar que diabetes me fazia menos, mas por achar que ia mostrar uma fragilidade minha. Com o passar dos anos, fui percebendo a bobagem que era esse pensamento e o quanto isso só prejudicou a mim mesma, quanto deixei de aproveitar vários convites por medo de expor a diabetes e meu tratamento e o quanto a diabetes deixou de ser uma fragilidade para virar uma qualidade, um sinônimo de força. Hoje, olhei essa pequena bombinha pendurada em mim e me senti empoderada, de uma forma que há tempos não me sentia e fiquei quase 1 minuto olhando e refletindo sobre isso: marcas todos temos, sejam marcas na pele de cicatrizes, estrias, espinhas, sejam marcas na alma de traumas e relacionamentos do passado, sejam marcas escolhidas por nós mesmos como uma tatuagem, um piercing – somos humanos, e o tempo vai me mostrando que não importa o que os outros acham de mim, e sim como eu me sinto comigo mesma. E caros amigos, estou me sentindo ótima com ou sem um dispositivo conectado em mim, pois essa sou eu de verdade.  

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